19 de agosto

19 de Agosto, dia mundial da fotografia, não fica em claro ao meu olhar, mas não gosto muito deste tipo de comemorações, principalmente quando não há respeito pelos fotógrafos, sejam profissionais ou amadores! Dos profissionais há que referir que no exercício da sua atividade merecem todo o respeito porque de uma forma profissional constroem histórias que muitas vezes não são reconhecidas. Os registos fotográficos são documento que falam por si e se muitos acham a fotografia banal, muito à custa da evolução tecnológica, recordemos os fotógrafos do passado que calcorreavam processos técnicos que dependiam do conhecimento adquirido com muita experiência e em que os recursos didácticos não estavam disponíveis na net à distancia de um “tag”. O tratamento da fotografia, hoje chamado de edição, que também se faz, mas sem o devido enquadramento, é quase intuitivo e qualquer habilidoso o consegue fazer, bem ou mal, assume uma ostentada postura, de tal forma que começa a considerar-se um “expert” em fotografia! Mas a fotografia deve conservar alguns princípios que a mantenham genuína, caso contrário, temos apenas editores gráficos que de fotografia nada sabem!

Considero ainda que os motivos que regem um dia mundial deveriam ser válidos 365 dias por ano, podendo ser esquecidos uma vez de quatro em quatro anos, ou seja, um dia nos anos bissextos!

Desta forma, os dias mundiais são no mínimo ridículos!

Quanto aos fotógrafos amadores, que os há em grande numero e alguns muito bem bons, são dignos do nome quando sabem respeitar o próximo (fotografo)!

Mas registe-se que no meu ponto de vista existe mais uma figura no teatro da fotografia! Se até há pouco existiam fotógrafos profissionais e fotógrafos amadores, estão a aparecer em grande numero uns seres que entram no mundo da fotografia e a que eu chamo de cliqueiros!

E o que são cliqueiros!?

São pessoas que se dedicam aos cliques e que sem qualquer autoanálise crítica, espalham imagens sem qualquer cuidado ou qualidade como de grandes registos se tratasse, descredibilizando aqueles que de uma forma responsável produzem imagens de excelência.

E porque é que aparecem repórteres de vídeo!? Porque um repórter de vídeo precisa de ter muitos conhecimentos de fotografia.

Aparte disso, deixo aqui a minha homenagem ao dia mundial da fotografia, repudiando uma pergunta que surgiu nas redes sociais, sobre se “existe o dia mundial do fotografo!?”, pelo facto de a fotografia só existir porque há fotógrafos!

Nesta seleção de fotografias, fiz uma escolha onde aparecem fotógrafos profissionais, fotógrafos amadores e “qui ça”, algum cliqueiro! Registos ocorridos durante o Desfile da Mordomia nas Festas da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

procissão ao mar

 

PROCISSÃO AO MAR
PROCISSÃO AO MAR

A procissão ao mar é o momento mais solene das festas de Nossa Senhora D’Agonia, em Viana do Castelo. Segue um ritual majestoso e devoto, manifestado pelos pescadores, agradecendo à sua protectora a ajuda que lhes dá diariamente, sempre que partem para a faina, enfrentando as adversidades do mar e na ajuda do sustento das suas famílias. O momento auge dessa Continue reading procissão ao mar

Nossa Senhora D’Agonia

Padroeira das festas, protectora dos pescadores, as festas de Nossa Senhora D’Agonia, em Viana do Castelo, são umas festas religiosas com muita tradição, muitas vezes subestimadas pela força da máquina comercial que acaba por garantir a manutenção dos custos que as sustentam. Procissões, cortejos e fogo de artificio, trazem à cidade um elevado numero de turistas que estimulam a animação. No entanto, esta santa é o verdadeiro ícone do evento.

Nossa Senhora D'Agonia
Nossa Senhora D’Agonia

Que perfeito coração

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Esta é a minha interpretação do coração de Viana de Joana Vasconcelos. Está exposto no Centro Cultural de Viana do Castelo durante a Romaria da Nossa Senhora D’Agonia.

Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Musica: Alain Oulman
Letra: Alexandre O’Neill