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https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dcone_(semi%C3%B3tica)

próximo

Existem espaços, nomeadamente salas de espera de consultórios, que em tudo são comuns. São as cadeiras onde pacientemente se espera pela vez do paciente, são os comuns móveis de apoio com as comuns revistas cor de rosa ou outras usuais destes espaços. É um espaço mais ou menos amplo onde as pessoas se olham dissecando mentalmente os que com ele coabitam o espaço, tentando conhecer o desconhecido e raramente se estabelecendo um diálogo para além do:

– Aqui está frio!

– Está calor!

– Chove lá foram!

– Está orvalho!

Conversas insípidas de quem quer conversar sem nada para dizer. Até que alguém mau humorado balbucia:

– Nem chove, nem faz orvalho, está um tempo do catano! (Ah, catano! Não é bem o termo, mas também não fica bem o termo correto neste blog!)

Mas eis que surge o momento esperado para aquele que de forma assertiva diz para os que o bombardeiam com conversa da treta:

– Sim, sim!

– Pois, pois!

– É claro!

– Eu penso o mesmo! (hipócrita que não pensa nada! Está é a ser simpático!)

Para os seu botões está a dizer:

– Que conversa mais idiota; estou farto disto!

É então que se ouve:

– Quem é o próximo!?

Palavras mágicas de libertação do falso momento de socialização!

Fica na memória o momento da consulta e os ícones que se destacam pela singularidade e que tão raramente fazem parte desses espaços, muitas vezes preenchidos com ícones promocionais e comerciais.

 

eu sou do tempo em que

 

eu sou do tempo em que
eu sou do tempo em que

Eu sou do tempo em que a internet era inimaginável, passava horas a desenhar de memória o que via ou imitava outros desenhos de quem o sabia fazer. Computadores eram uma miragem e apenas havia televisão que era monocromática, escassos livros com imagens e algumas revistas e jornais! Na altura considerava a televisão uma chatice, mas hoje adoro os monocromatismos! Ajuda-nos a ter uma percepção mais real da composição sem abstracção do todo que a exuberância de cores mais garridas provoca. Mas do desenho tenho memória em que no inicio representava coisas como se fossem ícones isolados sem envolvente! Talvez essa prática toque o meu subconsciente ao ponto de reviver o desenhar com o mesmo sentido, só que desenhando com a luz, levando-me a explorar o conceito de altos contrastes em composições monocromáticas por forma a isolar os elementos principais, tornando a fotografia minimalista.

E porque fotografar é desenhar com a luz, aqui fica um retrato da pesca da lampreia, num desafio a todos na identificação dos cinco elementos presentes e que lhe estão directamente relacionados.