O traje folclórico revela a identidade de um passado cultural de cada região do país. São inúmeras as fotografias que são tiradas de pessoas em trajes regionais e quase sempre é revelada a exuberância do traje acrescida dos adornos em filigrana de ouro, no caso do Minho e em geral no norte de Portugal, onde há uma enorme ostentação no volume de peças apresentadas, relegando para segundo plano o ser humano que transporta toda essa riqueza.

Sendo defensor da manutenção dessa cultura, aparte de polémicas que tem surgido nos últimos tempos, sobre a genuinidade de alguns trajes, que a haver só será detectada por grandes especialistas do mínimo detalhe, porque aos olhos do cidadão comum, o que fica é a quantidade de ouro e depois a tonalidade do traje, associado a uma forma em tudo semelhante!
Aparte disso, e de regresso à questão humana, existe sempre alguém que suporta toda uma indumentária e que merece todo o respeito, porque só assim é que se pode expor tanta tradição, como é o caso da Romaria de Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo, onde o desfile das mordomas mostra um mar de pessoas a exibir toda uma variedade de trajes num cortejo ímpar.
Como fotografo, fica aqui uma imagem de um olhar incisivo em direcção à lente da câmara fotográfica e que tornou, no meu ponto de vista, esta fotografia muito particular, destacando-se num conjunto de fotografias de uma diversidade da sessão efectuada.
Por sugestão de um amigo, existe uma forte semelhança entre este retrato e a celebre pintura de Johannes Vermeer, a Rapariga com brinco de pérola. Obra do acaso, nada foi planeado nem houve qualquer tentativa de colagem, mas não deixa de ser muito semelhante!