arrastado para o abstrato

De arrasto em arrasto, arrastado para o abstrato, é o trato que é dado, a quem abstraído fica neste enquadrado retrato. São ruas abstraídas, com pessoas distraídas que em anonimato são mantidas! Pedaços de uma cidade, todos os dias calcados por pessoas bem vividas. São simples os anónimos que passam, entre pessoas ilustres, que com arrasto ilustrado, mesmo pessoas notáveis, à sombra do abstrato, ficam simples seres humanos, que mesmo que tenham uns manos, ficam todos iguais.

Iguais entre iguais e outra pessoas que tais!

Sei que não sou escritor e por isso a minha dor! Faça-se por isso jus, por que sou desenhador, desenho com transferidor e até com muita luz!

De regresso à fotografia, estes são registos de ensaios com luz e longa exposição com recurso a vários métodos de arrasto, pelas ruas de Viana do Castelo, em maio de 2015.

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A sombra está morta

A sombra está morta, na busca da vida que persegue uma natureza morta! Timidamente esconde-se, mas deixa a ofuscada sombra marcar a sua presença. Não faz diferença! A sombra não tem exigência!

Penso que a fotografia é o que quisermos sem sabermos como nem porquê, por muitas respostas e filosofias que se associem! Mas uma coisa é certa! Ela representa aquilo que cada um consegue ver nela, até mesmo o nada!

apenas fotografia

Numa época onde se debate a confusão entre a realidade e a manipulação, com apenas fotografia, longe de qualquer tipo de manipulação, obter um resultado destes, pode deixar alguns observadores incrédulos. Mas a realidade é que esta imagem teve origem num único clique.

É assim que vejo a fotografia! A manipulação tem interesse para efeitos criativos. A informação tem que estar isenta manipulação. Tem que ser real e não real mente! Para ser real tem que ser genuína! Quando real mente, passa a ser artística ou até mesmo ridícula! E embora a arte conte história, é uma história floreada sem cores naturais, sem preto e branco natural! Mas a arte já foi documental! No entanto, sem manipulação, podem fazer-se registos criativos!

Mas como o assunto entre a realidade e o documental carece de um debate sério, de um estudo aprofundado para que se esclareçam as cabeças baralhadas, os neurónios do hemisfério direito do meu cérebro estão de costas voltados para os neurónios do hemisfério esquerdo do mesmo cérebro que aguardam em silencio por um debate consistente e esclarecedor.

 

elemento óptico

Em fotografia, e para que se entenda a formação da imagem, será necessário a utilização dos processo fotográficos mais elementares. É assim, de uma forma muito simples que se começa a entender a fotografia.

E de regresso às origens, é na câmara estenopeica que se começa a observar o processo fotográfico, descrito séculos antes de se descobrir métodos para fixar a imagem.

Construir uma câmara estenopeica, vulgarmente chamada de pinhole ou pin hole, e antes de passar ao processo de registo, é uma forma de observar o resultado que se pode obter.

Ao substituir o orifício por um elemento óptico, percebe-se que existem benefícios claros e de maior nitidez em termos de resultado.

Com recurso ao sistema de registo digital, podem fazer-se registos digitais, longe de uma qualidade digital exigível  para a atualidade, mas de uma qualidade plástica surpreendente e deveras interessante.

19 de agosto

19 de Agosto, dia mundial da fotografia, não fica em claro ao meu olhar, mas não gosto muito deste tipo de comemorações, principalmente quando não há respeito pelos fotógrafos, sejam profissionais ou amadores! Dos profissionais há que referir que no exercício da sua atividade merecem todo o respeito porque de uma forma profissional constroem histórias que muitas vezes não são reconhecidas. Os registos fotográficos são documento que falam por si e se muitos acham a fotografia banal, muito à custa da evolução tecnológica, recordemos os fotógrafos do passado que calcorreavam processos técnicos que dependiam do conhecimento adquirido com muita experiência e em que os recursos didácticos não estavam disponíveis na net à distancia de um “tag”. O tratamento da fotografia, hoje chamado de edição, que também se faz, mas sem o devido enquadramento, é quase intuitivo e qualquer habilidoso o consegue fazer, bem ou mal, assume uma ostentada postura, de tal forma que começa a considerar-se um “expert” em fotografia! Mas a fotografia deve conservar alguns princípios que a mantenham genuína, caso contrário, temos apenas editores gráficos que de fotografia nada sabem!

Considero ainda que os motivos que regem um dia mundial deveriam ser válidos 365 dias por ano, podendo ser esquecidos uma vez de quatro em quatro anos, ou seja, um dia nos anos bissextos!

Desta forma, os dias mundiais são no mínimo ridículos!

Quanto aos fotógrafos amadores, que os há em grande numero e alguns muito bem bons, são dignos do nome quando sabem respeitar o próximo (fotografo)!

Mas registe-se que no meu ponto de vista existe mais uma figura no teatro da fotografia! Se até há pouco existiam fotógrafos profissionais e fotógrafos amadores, estão a aparecer em grande numero uns seres que entram no mundo da fotografia e a que eu chamo de cliqueiros!

E o que são cliqueiros!?

São pessoas que se dedicam aos cliques e que sem qualquer autoanálise crítica, espalham imagens sem qualquer cuidado ou qualidade como de grandes registos se tratasse, descredibilizando aqueles que de uma forma responsável produzem imagens de excelência.

E porque é que aparecem repórteres de vídeo!? Porque um repórter de vídeo precisa de ter muitos conhecimentos de fotografia.

Aparte disso, deixo aqui a minha homenagem ao dia mundial da fotografia, repudiando uma pergunta que surgiu nas redes sociais, sobre se “existe o dia mundial do fotografo!?”, pelo facto de a fotografia só existir porque há fotógrafos!

Nesta seleção de fotografias, fiz uma escolha onde aparecem fotógrafos profissionais, fotógrafos amadores e “qui ça”, algum cliqueiro! Registos ocorridos durante o Desfile da Mordomia nas Festas da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

a beleza das trevas

Descobrir beleza na indústria transformadora é como transformar uma coisa ruim em ouro, é descobrir a beleza das trevas. Mas há essa possibilidade remota. A realidade é que dependemos dessa indústria que polui. Polui cada vez menos, mas polui. No entanto caminha-se no bom sentido porque indústrias como esta já foram altamente poluentes e sem respeito pelo meio ambiente. Mas as coisas estão a mudar e os filtros e monitorização constantes dos sistemas antipoluição, garantem uma segurança contra risco de agressão para com o meio ambiente. Quem tem alguns aninhos e se recorda de como as coisas eram, percebe que muita coisa melhorou. Já com a fotografia consegue-se ir mais além. Consegue-se converter uma coisa mórbida em algo de uma beleza “sui generis”!

De regresso a um local já visitado dois anos antes.

Aqui fica um preto e branco, com o filtro artesanal XPTO associado à câmara digital NIKON D7000.

felizmente há luar

Felizmente há luar, de Luís de Sttau Monteiro, foi a inspiração para a legenda destas fotografias de uma paisagem noturna. Não o romance na sua essência, mas sim o titulo.

No entanto, pode ver-se nestas imagens um simbolismo contraditório da obra, onde as personagens estão ausentes e por isso a ironia dos comentários mordazes deixa no silêncio e na penumbra a hipocrisia da sociedade, sem que seja notória uma necessidade de justiça social.

Assim, a tirania, nesta imagem contraditória, não tem oposição, podendo ser silenciosamente opressora, traidora e impelir a injustiça sobre um homem que está ausente, infligindo a moralidade.

Apesar dessa contrariedade, felizmente há luar. Luar esse que ilumina a paisagem e deixa ver uma natureza desprovida de humanos. Sim, desprovida de humanos, porque todo o fotografo que se envolve no registo fotográfico, deixa de ser humano para assumir o comando da máquina como se tornasse o cérebro de “fós” + “grafis” passando a ser um todo.

Deambulações reflexivas do neurónio nº 12032 em choque com o neurónio n.º 9870210 de Rafael Peixoto

fotojornlista João Silva

Em Viana do Castelo, nos dias 13 a 17 de abril, decorreu o Prémio Estação Imagem 2016, organizado pela associação estação imagem com a colaboração da câmara municipal de viana do castelo. O evento contou com a presença do fotojornlista João Silva, do New York Times, entre outras individualidades da fotografia, que deu o testemunho da fatalidade sofrida em cenário de guerra, numa descrição da realidade dos cenários de guerra por onde passou, bem como todo o seu processo de recuperação até regressar à vida ativa. Falou ainda das motivações que o levaram a seguir a profissão de repórter de guerra.

Apresentou diversas fotografias do seu vasto portefólio, nomeadamente as que conseguiu tirar depois de ter sido vitimado pela explosão da mina no Afeganistão.

Além da conferência foi ainda membro do júri do concurso prémio estação imagem 2016.

fotojornlista Christopher Morris

Em Viana do Castelo, nos dias 13 a 17 de abril, decorreu o Prémio Estação Imagem 2016, organizado pela associação estação imagem com a colaboração da câmara municipal de viana do castelo. O evento contou com a presença do fotojornlista Christopher Morris, da revista Time, entre outras individualidades da fotografia, que deu uma conferência sobre o seu trabalho. Embora conhecido pelo seu trabalho no meio fotográfico, tornou-se figura mediática pela agressão sofrida durante um acontecimento numa das campanhas de Donal Trump. No entanto é evidente que o seu trabalho está além de todo o mediatismo. E os vianenses tiveram a possibilidade de tê-lo ouvido falar sobre o seu portefólio e na primeira pessoa.