Os aviões que passam no ar, deixam na maioria das vezes as chamadas trilhas de condensação, nuvens formadas pela humidade do ar que reage à temperatura e deslocação de ar. Das trilhas deixadas no céu, a luz desenha formas abstratas modeladas pelo vento, o mesmo vento que modela as formas das velas dos vaurien. Pegar em toda essa modelação e desenho é o um prazer transforma-la numa composição artística!
Quem nunca pegou num lápis para desenhar ou dar uns riscos? Muitos já o fizeram sem se aperceber que a substancia que permite deixar um impressão gráfica por efeito de abrasão é a grafite. Aqui está uma manifestação visual macro de grafite.
Eu sou do tempo em que a internet era inimaginável, passava horas a desenhar de memória o que via ou imitava outros desenhos de quem o sabia fazer. Computadores eram uma miragem e apenas havia televisão que era monocromática, escassos livros com imagens e algumas revistas e jornais! Na altura considerava a televisão uma chatice, mas hoje adoro os monocromatismos! Ajuda-nos a ter uma percepção mais real da composição sem abstracção do todo que a exuberância de cores mais garridas provoca. Mas do desenho tenho memória em que no inicio representava coisas como se fossem ícones isolados sem envolvente! Talvez essa prática toque o meu subconsciente ao ponto de reviver o desenhar com o mesmo sentido, só que desenhando com a luz, levando-me a explorar o conceito de altos contrastes em composições monocromáticas por forma a isolar os elementos principais, tornando a fotografia minimalista.
E porque fotografar é desenhar com a luz, aqui fica um retrato da pesca da lampreia, num desafio a todos na identificação dos cinco elementos presentes e que lhe estão directamente relacionados.