Com luz ou com lápis, ambos desenham. O artista movimenta o lápis com maior ou menor pressão para produzir escuros mais ou menos carregados. O fotografo movimenta os comandos da câmara para controlar a maior ou menor luminosidade para produzir escuros mais o menos intensos. O resultado é um desenho com lápis e um desenho com luz.
Em tempos referi num artigo que o ato de fotografar era um ato egoísta, mas o ato de divulgar é um ato altruísta.
Egoísta, no sentido de que se fecha em si para o fazer e altruísta porque gosta de colher a opinião dos outros sobre a sua forma de ver o mundo. Estar em mar alto, torna esse ato 100% real porque se procura o momento no meio do nada.
Por muito que nos possamos alhear, fotografia é luz, luz com que se desenha e que quem sente a fotografia procura ir para além do convencional. Pegar numa câmara fotográfica e impor a forma como a luz é registada, é converter a luz captada em imagens que não se conseguem ver de forma natural. É neste momento que a fotografia se transforma em arte, onde esta orquídea é moldada de forma que a sua forma deixa de ser clara para clarificar contornos de luz que a evidência do sol permite desenhar.
Rodinhas e cogumelos, feitos de fogo de artifício, desenham forma luzentes, numa praia de poucas gentes.
O momento de pirotecnia deixa desenhos de luz numa noite onde a claridade do luar deixa transparecer um luz crepuscular.
Podia ser um alien, o alienado passageiro ou simplesmente um alienado porque longe do local habitual do seu poiso estava. Mas para alien ser teria de ter aterrado, mas em cima da areia só podia ser areado.
Voltando ao alienado, é bem mais provável, porque se ali e nado, podia ter vindo a nado com o mar ali ao lado, mas a nado não veio, porque pela areia apeado o vi chegar.
Já passageiro é possível porque a estadia em recondito local fez-se por pouco tempo. Tempo de umas habilidades para daí se esvair.
Fotografar é desenhar com a luz, tal como a arquitetura se desenvolve desenhando para criar formas que a luz moldará. Fotografar arquitetura é desenhar com a luz ao quadrado. É desenhar com a luz onde os arquitetos desenharam formas que são moldadas. Formas que se moldam com a luz, transformando edifícios inertes em ambientes dinâmicos.
Torre do ascensor na Praça 1º de Maio em Viana do Castelo.
Fotografar é desenhar com a luz, tal como a arquitectura se desenvolve desenhando para criar formas que a luz moldará. Fotografar arquitectura é desenhar com a luz ao quadrado. É desenhar com a luz onde os arquitectos desenharam formas que são moldadas. Formas que se moldam com a luz, transformando edifícios inertes em ambientes dinâmicos.
Torre do ascensor na Praça 1º de Maio em Viana do Castelo.
Eu sou do tempo em que a internet era inimaginável, passava horas a desenhar de memória o que via ou imitava outros desenhos de quem o sabia fazer. Computadores eram uma miragem e apenas havia televisão que era monocromática, escassos livros com imagens e algumas revistas e jornais! Na altura considerava a televisão uma chatice, mas hoje adoro os monocromatismos! Ajuda-nos a ter uma percepção mais real da composição sem abstracção do todo que a exuberância de cores mais garridas provoca. Mas do desenho tenho memória em que no inicio representava coisas como se fossem ícones isolados sem envolvente! Talvez essa prática toque o meu subconsciente ao ponto de reviver o desenhar com o mesmo sentido, só que desenhando com a luz, levando-me a explorar o conceito de altos contrastes em composições monocromáticas por forma a isolar os elementos principais, tornando a fotografia minimalista.
E porque fotografar é desenhar com a luz, aqui fica um retrato da pesca da lampreia, num desafio a todos na identificação dos cinco elementos presentes e que lhe estão directamente relacionados.
Viana do Castelo é mais ou menos bela aos olhos dos que a vê. Cada um gosta como gosta. Cada um retrata-a como retrata.
Para mim, gostar de Viana do Castelo é poder vê-la pelos desenhos de luz que posso obter dela. Mostra-la de forma diferente para que todos possam encontrar detalhes de uma beleza oculta ou menos atenta. Por isso, e ao contrário do que muitos possam pensar, continuo a desenhar, mas agora mais com a luz, de forma a recriar o que outros criaram; De forma a conceber sobre o conceito dos outros; De forma a descobrir conceitos onde outros foram incapazes de os implementar; De forma a melhorar o que outros pensaram que estavam criar; De forma a redesenhar com a luz.
Viana do Castelo, Princesa do Lima, é uma cidade voltada para a luz, como pode ser cientificamente comprovado pela localização geográfica. Recebe o sol nascente, vive iluminada pelo sol e despede-se do sol poente.
Alguns do trechos da marginal de Viana do Castelo, ladeada pelo Rio Lima.
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Marginal de Viana do Castelo - Junto ao Clube de Vela
Marginal de Viana do Castelo - Junto ao Clube de Vela
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Marginal de Viana do Castelo - Edifícios da Praça da Liberdade
Marginal de Viana do Castelo - Edifícios da Praça da Liberdade
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luz da imagem 