Duas perspectivas de uma rua resultantes do acto de fotografar. Quando se fotografa alguma coisa, independentemente do que seja, e ao contrário do que se possa conjecturar, o mesmo elemento pode ser registado de diversas formas por variadíssimas pessoas, até mesmo a própria pessoa pode criar diferentes pontos de vista, tornando quase infinita a forma como se regista ou se vêem as coisas. Independentemente disso, a cultura visual, a formação intelectual, ou até a falta de formação em imagem pode levar a diferentes interpretações da mesma imagem. Destacaria até a falta de formação em imagem porque observar alguma, coisa livre de preconceitos, pode tornar as imagens muito mais apelativas decorrente da inocência do olhar.
Senão vejamos! As redes sociais tornaram a divulgação da imagem uma coisa popular. Essa divulgação deixou de estar restrita a alguns amadores, a profissionais, a autores, a repórteres, etc, para estar acessível a um elevado número de pessoas, com a forte ajuda da evolução tecnológica que os equipamentos de registo de imagem tiveram nos últimos tempos, com destaque para a tecnologia dos “smartphones”!
Toda a gente tem o seu público, e uns mais e outros menos! Até diria que qualquer ignorante pode atrair mais publico do que qualquer autor que dá uma sentido próprio à imagem, que define um conceito. E ao referir ignorante, é mesmo um analfabeto da fotografia, pessoas que sem formação nenhuma em fotografia conseguem excelentes resultados, ao ponto de atrair um determinado público.
Nos registos apresentados neste artigo pretende-se mostrar duas perspectivas da Rua da Alfândega, no Porto, que do habito de conceitos pré adquiridos, os famosos preconceitos, e envolto na inocência do olhar simples e descontraído, sem o objetivo de registar para mostrar, mas para consumo próprio e de análise introspectiva, pode-se obter leituras diferentes de um mesmo local.
Perspectiva da entrada da Rua da Alfândega. Perspectiva da Rua da Alfândega com o Rio Douro ao Fundo.