Felizmente há luar, de Luís de Sttau Monteiro, foi a inspiração para a legenda destas fotografias de uma paisagem noturna. Não o romance na sua essência, mas sim o titulo.
No entanto, pode ver-se nestas imagens um simbolismo contraditório da obra, onde as personagens estão ausentes e por isso a ironia dos comentários mordazes deixa no silêncio e na penumbra a hipocrisia da sociedade, sem que seja notória uma necessidade de justiça social.
Assim, a tirania, nesta imagem contraditória, não tem oposição, podendo ser silenciosamente opressora, traidora e impelir a injustiça sobre um homem que está ausente, infligindo a moralidade.
Apesar dessa contrariedade, felizmente há luar. Luar esse que ilumina a paisagem e deixa ver uma natureza desprovida de humanos. Sim, desprovida de humanos, porque todo o fotografo que se envolve no registo fotográfico, deixa de ser humano para assumir o comando da máquina como se tornasse o cérebro de “fós” + “grafis” passando a ser um todo.
Deambulações reflexivas do neurónio nº 12032 em choque com o neurónio n.º 9870210 de Rafael Peixoto