
A procissão ao mar é o momento mais solene das festas de Nossa Senhora D’Agonia, em Viana do Castelo. Segue um ritual majestoso e devoto, manifestado pelos pescadores, agradecendo à sua protectora a ajuda que lhes dá diariamente, sempre que partem para a faina, enfrentando as adversidades do mar e na ajuda do sustento das suas famílias. O momento auge dessa procissão, para além da ida ao mar, é a recolha do andor no templo onde está quase todo o ano.
Só quem presencia, seja devoto ou não, é que sente a sensação de devoção de um povo que venera a santa. São sensações, angustias, devoção e outras emoções que são libertadas durante a cerimónia e intensificadas nos momentos mais importantes da procissão.
É esta a razão desta romaria e é em homenagem a esta santa que ela existe. O paganismo deixa de fazer sentido para quem se envolve na festa.
Registar uma particularidade dessa cerimónia e acrescentar algum simbolismo quase milagroso, é um momento particular da fotografia. Aqui fica a minha homenagem a uma festa que só começou a fazer significado para mim a partir do momento que entendi a verdadeira razão da sua existência porque durante muitos anos, enquanto a via como momento de divertimento, desperdiçava as particularidades relevantes da cerimónia.