Selfie ou autoretrato de um momento particular.
Raramente partilho fotografias de outras pessoas neste blog, a menos que elas se destaquem de forma particular. Foi o caso desta! Uma imagem que considero especialmente diferente!

Diferente pelo enquadramento, porque mostra um verdadeiro autorretrato de um momento particularmente difícil, na primeira pessoa, mas que está a ser vivido com força e esperança de quem sabe lutar e não sabe desistir!
No âmbito da fotografia gostaria de lançar o debate sobre a “selfie”!
A “selfie”, acto de registo fotográfico de si sobre si! Ou seja, autorretrato!
Já sei! É mais fácil dizer “selfie”! Eu entendo e também reconheço que é mais chique! Para não dizer chiquérrimo! E a nível internacional dá projecção imediata! Pois, nessa matéria somos bons a trazer para cá tudo que vem de fora em detrimento substancial do que é nosso e é muito bom! E a nossa cultura vai-se perdendo!
Mas no que respeita à “selfie”, vi mais uma vez este verão, no canal de televisão, SIC, a divulgação das “selfies” de verão dos portugueses e para espanto, inventaram a “falsie”, alegadamente falsas “selfies”!
Entramos no ridículo caminho de pôr em causa o autorretrato! Isto porque só é “selfie” (autorretrato) se o braço estiver esticado e a comandar o disparo!
Ora, autorretrato é um retrato de si mesmo e não importa como seja feito, se comandando directamente o disparo, usando sistemas remotos de disparo ou até utilizando o tão ridículo pau, que até seria bem visto se não fosse a massificação hilariante da sua utilização!
Senão vejamos! Antes da fotografia, muitos pintores pintaram o autoretrato! Pelo novo conceito da SIC, estes pintores teriam que estar a pintar, a olhar para o espelho e ao mesmo tempo a segurar nele, e sobretudo com o braço esticado!
E os artistas plásticos que usam a fotografia para produzirem autoretratos com recurso a sistemas de disparo remoto ou temporizadores!?
Este seria um assunto de reflexão mais profunda, mas penso que os órgãos de comunicação social deveriam ser mais cuidados quando massificam termos mal fundamentados, uma vez que detêm o poder da divulgação!
E de regresso à fotografia desta publicação, merece o meu destaque pelo registo e pela mensagem.